Carreira / Emprego - Profissional: você sabia que liderança e espiritualidade caminham juntas?
Na avaliação do autor do livro "Liderança criativa - a dimensão espiritual
nas organizações", Celso Cardoso Pitta, liderança e espiritualidade estão
interligadas, uma vez que o líder deve incorporar, no dia-a-dia, valores éticos
e humanistas relacionados com o mundo espiritual. E esse é o caminho mais rápido
para formar uma equipe de sucesso que, de fato, contribua para o crescimento de
uma empresa.
Para ele, esses valores humanistas, relacionados a padrões de comportamento tais
como cooperativismo, amizade, compaixão e compartilhamento, fazem a diferença no
relacionamento com as pessoas. "O líder que se guia por eles, passa a ser mais
um educador do que um simples cobrador de resultados", afirma.
Como o líder deve agir
O autor explica que o primeiro passo desse tipo de liderança é estabelecer
quais são os valores a serem seguidos e deixá-los claro para a equipe. A partir
daí, as ações pautadas nesses valores irão nascer do grupo. "Mas o líder não
pode impor nada, apenas mostrar o caminho e trabalhar com a maturidade do
grupo", adverte.
É uma forma de motivar as pessoas passando o melhor para elas e extraindo o
melhor de cada um também, uma vez que serão criadas pontes de confiança,
transparência e sinceridade.
Competição
No contexto dessa liderança, é quase certo que não haverá competição
interna. "Um líder não deve instigar a competição, que é altamente destrutiva
para a empresa. Ao contrário da crença popular, não é a competição que motiva as
pessoas, mas o talento colocado em prática e reconhecido", ressalta. "Ele deve
mostrar que todo mundo tem um espaço no grupo."
Se, mesmo com os valores humanistas disseminados na cultura corporativa, houver
uma pessoa do grupo que não é guiado pela ética ou que gosta de competir com
aqueles com os quais convive, ela se sentirá excluída, deslocada e,
provavelmente, irá se desligar voluntariamente, ou ainda ser aconselhada a
deixar a empresa pelo supervisor. "Ela não concordará com o que vê e deixará a
empresa", explica Pitta.
É claro que, se a competição estiver enraizada na empresa, o trabalho do líder
será ainda mais penoso, pois será estrutural. "É um trabalho de longo prazo e
difícil, que mexe com os paradigmas das pessoas. Mas tem que ser feito, cedo ou
tarde, se a empresa almeja o sucesso", completa.
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