Para aqueles que estão iniciando no universo do mercado financeiro, uma das
melhores opções são os fundos de investimento. Em termos de montante, atualmente
este é o maior mercado do Brasil: ao final de outubro, o patrimônio líquido
estava próximo a R$ 1,1 trilhão, bem superior à carteira da poupança na mesma
época.
Antes de ingressar neste mercado em plena expansão, não basta apenas escolher
uma instituição administradora, um determinado tipo de fundo e aplicar seus
recursos. É preciso que o investidor avalie e conheça os principais fatores que
envolvem os fundos.
Até mesmo dentre os tipos de fundos - ações, renda fixa, multimercados, DI,
cambiais, previdência, entre outros - existem diferenças de estratégia e gestão,
com fundos mais ou menos expostos ao risco, fator que precisa estar claro na
cabeça do investidor. Conhecer a filosofia do gestor e a composição da carteira
é fundamental.
Primeiro passo: conhecer seu investimento a fundo
Depois de tomado o primeiro passo, que é a escolha da instituição de sua
confiança, é preciso procurar pela orientação de um especialista. Além de
mostrar as melhores opções que se enquadram dentro de seu perfil de risco, uma
conversa com o gestor deixa o investidor familiarizado com a estratégia de
gestão dos recursos.
A filosofia de gestão do fundo deve estar expressa na composição de sua
carteira, ou seja, nos ativos no qual o fundo distribui seu patrimônio líquido.
Avaliando o portfólio do fundo, é possível detectar se a estratégia de
investimento exposta pelo gestor está condizente com a composição de seu
patrimônio.
Além das palavras do gestor, o regulamento do fundo traz estas informações. Lá
também devem constar todos os termos que se referem ao investimento, como valor
inicial e adicional de aplicação, período mínimo de permanência, taxa
administrativa, entre outros.
Além do risco, fundo deve se adequar à necessidade do investidor
O fundo deve se encaixar não só no perfil de risco, mas também às
necessidades do investidor. Depois de dar a "entrada" no fundo com a aplicação
inicial, os aportes adicionais e o tempo mínimo de permanência precisam estar em
linha com o orçamento do investidor e a necessidade de utilização dos recursos
aplicados.
O período de permanência no fundo traz a deixa para outro ponto ao qual o
investidor deve estar amplamente atento: a tributação. De maneira geral, a
alíquota do Imposto de Renda incidente sobre o fundo decresce à medida que
cresce o período de permanência na aplicação. É preciso que o investidor avalie
os impactos da tributação sobre seus retornos.
Rentabilidade e taxa de administração
Além da tributação, outro fator determinante na rentabilidade do fundo é a
taxa de administração cobrada. Não basta o investidor confiar na gestora,
deve-se conferir se a taxa praticada por ela está dentro do cobrado pelas
demais. Isto porque, dado que a taxa de administração nada mais é do que um
percentual cobrado sobre a rentabilidade do fundo, taxas maiores resultarão em
menores ganhos finais.
Os investidores costumam dar bastante relevância para a rentabilidade passada do
fundo. De fato, é possível conferir como o retorno do fundo se comportou, em
diferentes bases temporais, em relação aos benchmarks. Por exemplo, os ganhos
dos fundos de ações podem ser comparados ao retorno apresentado por índices de
ações como o Ibovespa e o IBrX-100. Na nas aplicações de renda fixa, a
comparação mais comum é com o CDI.
Apesar de a rentabilidade passada ser importante para evidenciar como o fundo se
comportou diante dos demais parâmetros do mercado, é preciso ter em mente que
nada garante que, no futuro, o retorno se dará em igual ou maior magnitude. Os
fatores que já foram apresentados, como composição da carteira, conhecimento da
filosofia do gestor, capacidade da equipe, tributação e taxa administrativa
podem servir de parâmetro para que o investidor trace seus objetivos de retorno
na aplicação.