Para mudar nossos resultados precisamos mudar nossas atitudes e pensamentos,
além de conhecer novos conceitos
Primeiramente, vamos relembrar o conceito de liderança, sempre presente em
cursos, palestras e treinamentos, na expectativa das pessoas, nos emails, no
marketing etc. Liderar é desenvolver pessoas, apoiar, incentivar, usar
empatia, ser exemplo de conduta e postura, transmitir conhecimentos, formar
novos líderes etc.
Então, pressupõe-se que educar é algo parecido com liderar. Porém, um estudo
coordenado por um brasileiro sobre o mapa da violência contra a criança no
mundo apresentado à Assembléia Geral da ONU, revela que os agressores são o
governo, a sociedade e a própria família. As agressões ocorrem na escola, na
rua e principalmente no lugar onde a criança deveria se sentir mais segura:
em casa. (Fonte: Revista Cláudia - n. 10, ano 45, outubro de 2006).
Essa matéria, que apresentou dados tão estarrecedores, pode nos levar a um
pensamento totalmente equivocado acerca das classes sociais atingidas, pois
imaginamos logo tratar-se das classes menos favorecidas. Contudo, ao
olharmos ao nosso redor, no shopping, no trânsito, no supermercado, nos
elevadores, veremos que não faltam exemplos claros de agressão contra as
nossas crianças, praticados por líderes que acreditam estar formando novos
líderes.
Vejamos alguns exemplos:
1. Uma criança entre 1 e 2 anos de idade que, após derrubar seu sorvete,
escuta de sua mãe ou pai "Tá vendo? Derrubou? Agora fica sem! E não chora,
senão você vai ver! Você ainda vai apanhar!";
2. Uma criança de 10 anos de idade que afirma que se for reprovada na escola
sua mãe irá arrebentá-la;
3. Uma mãe que ameaça ter um acerto de contas em casa, com seu filho de
apenas 3 anos de idade, porque ele pediu para ir ao banheiro no shopping e
chegando lá não teve mais vontade;
4. Um pai ou uma mãe que obriga seu filho de apenas 1 ano pedir desculpas ao
vendedor porque, após ser abandonado sozinho pelos pais no meio da loja,
esbarrou na gôndola e quebrou um vaso;
5. Um filho com 5 anos de idade que é colocado de castigo no quarto escuro
porque trouxe em sua agenda escolar uma avaliação de mau comportamento;
6. Uma filha de 8 anos que fica sem beber seu suco no jantar porque virou o
copo na mesa e manchou a toalha.
Serão capazes esses educadores de liderar e formar novos líderes? Quais
modelos terão introjetado e estarão disseminando para novos líderes sobre o
"permitir-se errar"? Que estrutura emocional terão essas crianças para
enfrentar amanhã esse mundo, esse mercado que cada dia se mostra mais e mais
exigente e competitivo? Terão esses líderes alguma saída? A resposta é sim.
Sempre existem novos caminhos para a grande transformação. Para mudar nossos
resultados precisamos mudar nossas atitudes. Para mudar nossas atitudes
precisamos mudar nosso pensamento. Para mudar nosso pensamento é necessário
conhecermos novos conceitos. Mas para isso é imprescindível que os nossos
líderes "se permitam" um mergulho profundo em suas próprias histórias para
reaprender o que uma vez foi aprendido.