A menos que você faça parte do grupo de pessoas que não têm
carro e prefere outras formas de locomoção, cedo ou tarde terá que responder a
esta pergunta.
Diante do orçamento apertado, problema bastante comum, a dúvida sobre trocar ou
não de carro surge depois de mais uma visita ao mecânico e do impasse de ter que
arcar com as despesas de um novo conserto.
Ainda que lhe assegurem na oficina que seu carro está bastante bom, que o reparo
é simples, que pode ser pago em até três vezes e que, depois de pronto, seu
carrão poderá rodar mais alguns milhares de quilômetros juntos, a dúvida
persiste.
Mas, então como decidir? Qualquer que seja a atitude, uma coisa é clara: ela
deve ser fruto de muita reflexão. Lembre-se que se trata do seu orçamento.
Portanto, vale uma pesquisa junto a outros fornecedores.
A análise dos custos é importante, pois é ela quem irá definir se você tem
recursos suficientes para a troca do veículo, se tem como arcar com as
prestações do financiamento, ou se é melhor gastar com o conserto e aproveitar
os próximos meses para juntar uma quantia maior, reduzindo o saldo financiado.
Procure uma segunda opinião
Quando o assunto é o seu bolso, não há dúvida de que é fundamental obter uma
segunda opinião. Como acontece com quase sempre na prestação de serviços, existe
muita discrepância nos preços oferecidos, de forma que vale checar.
Mas, não se esqueça do ditado: o barato às vezes sai caro. Verifique se os dois
orçamentos incluem os mesmos serviços, pois, em alguns casos, o mecânico oferece
um orçamento mais baixo, mas acaba não resolvendo todos os problemas, e em
poucas semanas você está de volta com mais uma falha mecânica.
Faça um check-up completo
Exatamente por isso, se você suspeita que o seu carro está se aproximando do
final da sua vida útil, e que está mesmo perto dos seus últimos suspiros, vale
mais a pena pedir para que o mecânico (e, neste caso, também peça segunda
opinião) faça um check-up detalhado de tudo o que acredita estar com defeito e
que precisa ser trocado, ou consertado.
Avalie o quanto isto representa em relação ao preço de mercado do veículo e
decida se os consertos efetivamente valem a pena. Obviamente, se você não
encontrar alternativa e não tiver como arcar com as prestações da troca, uma
opção é priorizar os consertos, e tentar parcelar os pagamentos.
O importante é pensar bem a respeito. Não são raros os casos de motoristas que
acabam gastando uma fortuna com pequenos reparos e que, tendo sido informados da
real situação do veículo, teriam optado pela troca ao invés da sucessão de
consertos. Portanto, busque se informar sobre a real situação do seu carro,
antes de ir em frente com mais uma manutenção.
Sinais de alerta para a troca
Sem dúvida, as falhas no motor são preocupantes e, na maioria dos casos, levam o
proprietário, quando possível, a decidir pela troca do veículo. Porém, outros
sinais devem ser vistos como alertas de que talvez esteja na hora de trocar o
carro, como ferrugem, seja na parte de baixo das portas, ao redor das rodas, ou
simplesmente no corpo do veículo.
Também merecem atenção os barulhos. Alguns motoristas ignoram os "sinais" que os
veículos estão dando, acreditando que, assim como nosso corpo humano, que
consegue se curar sozinho de pequenas enfermidades, o mesmo irá acontecer com o
seu carro. Se o barulho está lá há algum tempo, e vem piorando, é provável que
sua negligência tenha piorado a situação, e que o conserto agora seja bem mais
caro.
Este ainda é o carro que você precisa?
Outro questionamento que vale a pena fazer, é se o carro que você tem ainda
atende às suas necessidades. Muitas vezes mudamos de estilo de vida, e
precisamos que o nosso carro se adapte a isso.
Na mesma tendência, muitas vezes os carros passam por avanços tecnológicos que
justificam a troca. Um exemplo disso é o lançamento de carros multi-combustíveis,
que certamente são mais interessantes, do que gastar com a conversão de um carro
antigo para álcool, ou diesel, por exemplo.
Faça as contas, e não tenha pressa
Em última instância, você precisa fazer as contas na ponta do lápis do quanto
irá gastar com reparos no carro antigo, que não conta com garantia, e qual a
diferença que precisará pagar na compra de um novo.
Para quem está com o orçamento apertado, levantar um novo financiamento pode
acabar levando ao descontrole financeiro, situação muito mais dramática do que
andar com um carro que faz barulho. Neste caso, pode valer a pena trocar por um
modelo mais antigo, que custe menos. Mas, neste caso, o negócio só vale a pena
se você tiver como comprar à vista, já que as taxas de financiamentos de carros
usados são mais altas, isso sem falar no custo do seguro, e você ainda corre o
risco de comprar gato por lebre!
Deixe a preguiça de lado e coloque em uma planilha todos os gastos que terá que
arcar com o carro antigo, incluindo reparo, seguro, IPVA, etc. Aproveite para
pesquisar o possível preço de venda, e compare com o preço que a concessionária
oferece como entrada do novo carro.
Verifique as condições de financiamento, prazo, juros, etc, e veja se tem como
arcar com os gastos adicionais que o novo veículo ira trazer em termos de
seguro, IPVA, prestação, etc. Não esqueça de abater destes gastos a economia que
deve ter com reparos, gasto excessivo de combustível, etc.
Feito tudo isso, tome sua decisão de maneira coerente. Nada de emoções; não
adianta pensar no valor emocional do carro, pois mais cedo ou mais tarde você
terá que se desfazer dele.
Portanto, aborde a decisão em termos financeiros e não tenha pressa, pois se
trata de uma decisão importante, com muitas implicações no seu orçamento. A
decisão nunca é fácil, mas quanto mais informação você tiver, mais seguro estará
de que fez a escolha certa.