O que é?
A otoplastia é a cirurgia para correção de deformidades na orelha externa.
Podem ser anomalias do crescimento, deformidades adquiridas por trauma ou outras
doenças. A deformidade mais conhecida é a orelha em abdução ou “orelha-de-abano”.
Como se desenvolve?
Fatores genéticos, ou características familiares e raciais, têm papel
preponderante no estabelecimento de alterações na forma da orelha. Outro dado
importante é o crescimento das cartilagens, embora na maioria dos casos de
orelha em abdução a deformidade já possa ser notada ao nascimento.
Como se faz o diagnóstico?
Os pais podem perceber a alteração na forma da orelha muito cedo e procurar
solução. O diagnóstico é feito pelo médico e nos casos de orelha em abdução
somente o exame clínico é suficiente para chegarmos a uma conclusão. As
deformidades se localizam fundamentalmente em dois pontos: na concha (a parte
funda da orelha) que está muito elevada e na anti-hélix (a parte mais saltada no
meio da orelha) que não está bem “desenhada”. Normalmente, a queixa inicial é
dos pais e vai sendo da criança a medida que se aproxima a idade escolar. Esta
deformidade tem um potencial de dano psicossocial importante pelas
“brincadeiras” a que seus portadores podem ser submetidos.
Como se trata?
Como em toda a cirurgia estética a indicação de tratamento deve partir da
vontade do próprio paciente, isto é, o tratamento das deformidades estéticas só
deve ser feito por auto-indicação. O papel do cirurgião plástico é estabelecer
se os anseios do paciente são reais, que tipo de tratamento é mais indicado para
cada caso e mostrar que este é um tratamento médico, com todas as suas
características (limitações, riscos). Apesar de na maioria das vezes serem
crianças, a queixa dos pais, isoladamente, não é suficiente para indicar o
tratamento. É indispensável algum indício de desconforto do paciente com a
deformidade. Obviamente não devemos esperar que problemas de integração social
tenham se instalado para indicarmos a correção. Geralmente este fato não ocorre
antes dos 5-6 anos de idade. Apesar da cirurgia poder ser efetuada em crianças,
o tratamento na idade adulta é também bastante comum.
Uma avaliação clínica e laboratorial pré-operatória é fundamental para
estabelecer se o paciente está em boas condições para submeter-se a um
procedimento anestésico e cirúrgico.
A otoplastia normalmente é realizada para aproximar a orelha da cabeça,
corrigir a forma e o “desenho”.
O tratamento cirúrgico é feito através de um corte internos na pele atrás da
orelha. A pele é descolada da cartilagem e esta é tratada e fixada na nova
posição com pontos internos. Os pontos internos não precisam ser removidos.
A anestesia pode ser local, local com um anestesista propiciando uma sedação, ou
geral. A escolha do método de anestesia, sempre em comum acordo com o
anestesista, levará em consideração o tamanho da cirurgia, as condições
clínicas, psicológicas e a idade do paciente. Esta cirurgia é normalmente
realizada em caráter ambulatorial (alta hospitalar algumas horas após a
recuperação da anestesia).O paciente fica com um curativo, gazes e atadura
(como um capacete) por um a dois dias.
Os cuidados pós-operatórios variarão segundo a magnitude dos procedimentos
efetuados. Sempre haverá um inchaço, maior nos primeiros 2 dias, que
gradativamente vai diminuindo. Os pontos externos são retirados entre 6-8 dias e
em geral este é o tempo suficiente para o paciente retornar às suas atividades
sociais e laborais. É importante ressaltar que as alterações de cicatrização e
acomodação dos tecidos em seu novo local seguem por mais algum tempo. Pelo menos
três meses são necessários para se observar o resultado final do tratamento.