O faturamento do varejo on-line cresceu 53% nos primeiros três meses
do ano, atingindo cerca de R$ 1,2 bilhão. A expectativa é que, até o final de
2007, o lucro acumule R$ 6,4 bilhões, de acordo com o Programa de Administração
de Varejo (Provar), da Fundação Instituto de Administração da Universidade de
São Paulo.
Com o crescimento das vendas pela rede, deve aumentar também a preocupação de
quem compra: quanto mais transações e maior a segurança garantida pelas lojas,
mais artifícios os ladrões de informações - e de dinheiro - encontram para
desviar dados bancários e do cartão de crédito de quem compra.
Para se proteger, siga o passo-a-passo disposto a seguir. As orientações foram
dadas por Patrícia Peck, especialista em Direito Digital.
Primeiro passo: segurança da informação
Antes de digitar as informações de seu cartão de crédito no local recomendado
para efetivar a aquisição, veja se o site faz uso de algum tipo de segurança de
informações. Esse detalhe pode ser verificado nos termos de uso e na política de
privacidade do endereço eletrônico. "Lá estará informado se utiliza o
dispositivo SSL, que é um padrão de criptografia que garante a proteção dos
dados", explicou Patrícia.
Outro detalhe que deve ser levado em consideração é o "selo de site seguro", que
fica no rodapé da página. O internauta clica nesse desenho e fica sabendo a data
de validade da proteção. "O site também pode estar sob domínio https, que também
tem maior proteção", adicionou.
Segundo passo: procedência da loja
Quando compra produtos em um centro comercial, a pessoa pode constatar, pelo
aspecto da loja, se ela entregará ou não sua mercadoria. Contudo, essa regra não
vale para sites: o lay-out pode ser super-trabalhado, mas isso não quer
dizer nem mesmo que o comércio exista.
Para conferir a procedência do ponto eletrônico de venda, procure os contatos,
como telefone e endereço, dispostos na página. Depois de anotar as informações,
copie o domínio do site, vá até o
www.registro.br , cole a
informação no buscador e verifique se os dados batem. Em caso negativo, é um
forte indício de que a compra não deve ser efetivada.
"É muito comum encontrar sites com promoções maravilhosas em buscadores de
preços. A pessoa não deve confiar se nunca efetuou uma compra por lá",
esclareceu.
Terceiro passo: tentando um contato
"A compra feita pela internet muitas vezes é por impulso", explicou Patrícia.
Por conta da facilidade e da idéia de que com apenas um clique é possível ter ao
alcance o objeto desejado, a pessoa acaba esquecendo de tomar alguns cuidados
básicos antes de fechar o negócio e dar todas as informações de seu cartão de
crédito.
Uma dica dada pela especialista é tentar um contato com a loja. Para isso, mande
um e-mail solicitando mais informações sobre o produto e veja quanto tempo a
resposta demora. "Se antes de vender, o comércio já demora para atender o
consumidor, imagina sem houver algum problema com o produto?", questionou. Dessa
forma, é interessante que a resposta venha, em no máximo, 72 horas. "Mas isso já
é muito para quem quer vender um produto", adicionou.
Quarto passo: evite links promocionais
Receber uma mensagem com promoções e o famoso "clique aqui!" não é coisa rara
nos dias de hoje. Contudo, mesmo com a popularização do sistema, é importante
que o consumidor tenha cuidado na hora de clicar nesses endereços. O que ocorre
é que, em vez de remeter à loja, o acesso pelo link pode gerar, na verdade, o
download de um vírus que roube as informações do computador .
"Muitas vezes esse software fica instalado na máquina da pessoa, e quando são
digitados códigos bancários e outras informações, a máquina copia os dados e
manda, por e-mail, uma cópia para o invasor", alertou a advogada.
Por isso, a orientação é que a pessoa vá diretamente ao site da loja e participe
da promoção por lá e evite, sempre, links que tenham a informação "exe".
Agora já foi...
No entanto, agora já foi: você deu os dados de seu cartão de crédito a um
comércio fantasma ou já baixou um vírus que roubou informações financeiras.
Dependendo da situação, é instaurado um procedimento para verificação da fraude.
O cliente tem os valores gastos indevidamente extornados pela administradora do
plástico. "Em algumas situações, fica evidente que a pessoa foi lesada. Mas
quando há desconfiança por parte de operadora, é realizada uma averiguação",
finalizou.