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Investimentos / Fundos - Renda fixa: como o investidor pode perder dinheiro com juros mais altos 

Data: 30/05/2007

 
 

Um dos erros mais comuns de quem investe em renda fixa é acreditar que um aumento na taxa de juro fará com que seu investimento renda mais. Embora isso possa ocorrer em aplicações pós-fixadas, no caso de quem investe em papéis pré-fixados é exatamente o oposto que ocorre: juros mais altos podem levar a perdas.

No caso dos pós-fixados, o raciocínio é simples: para um investidor que aplica, por exemplo, em uma LFT (Letra Financeira do Tesouro) - que é corrigida pela variação da Selic - o efeito de um aumento nos juros é positivo. Como a aplicação é corrigida pela taxa básica de juro da economia, quanto maior a Selic, maior o retorno.

Já quem aplica em títulos pré-fixados e resolve vendê-los antes do vencimento pode passar por uma situação inversa: quanto maior a taxa de juro, maior pode ser a perda. Vale a pena entender o porquê.

Tipo de título e momento de resgate
Isso ocorre pois existe uma relação inversa entre o preço de um título de renda fixa e a taxa de juro. Antes de detalhar esta relação, vale a pena entender em que situações ela afeta o investidor, já que isso varia de acordo com o tipo de título e o prazo de aplicação. Como descrito acima, títulos pós-fixados reagem de forma diferente, de modo que a análise fica focada nos papéis pré-fixados.

O momento da venda do título também faz a diferença. Caso o investidor espere o vencimento, ele não será afetado pelas variações na taxa de juro. Isso ocorre porque o valor que ele receberá no vencimento já é pré-determinado, não dependendo das condições de mercado.

Como exemplo, imagine um investidor que comprou, a 100% do valor de face, um título pré-fixado que paga cupom anual de 12%. No momento do resgate, ele receberá o valor investido de volta, de forma que o resgate será equivalente a 100% do investido mais juros, ou seja, 112% do inicialmente aplicado, resultando em um retorno de 12%.

Relação entre taxa de juro e preço do título
Porém, quando um investidor não vende o título no seu vencimento, o preço que será obtido pelo papel não é conhecido por antecedência. Nestas condições, o preço de venda será determinado pelo mercado, com o investidor correndo risco de ganhar ou perder dinheiro.

E o que acontece com o preço de um título quando sobe a taxa de juro? Para entender a relação inversa que existe entre preço e taxa de juro, nada melhor que um exemplo prático. Vamos partir do exemplo anterior, com um título público que rende 12% ao ano. Imagine agora que, dez dias após a compra do título, um evento desfavorável movimente o mercado.

Este evento levou a um aumento na percepção de risco do governo, de forma que os investidores acreditam agora que é mais arriscado investir nestes títulos do que era 10 dias atrás. Para compensar este risco maior, o mercado demanda agora uma taxa de juro mais elevada, já que, quanto maior o risco, maior a taxa demandada pelo mercado.

Em vez dos 12% ao ano demandados anteriormente, agora o mercado acredita que o nível de taxa que compensa o risco mais alto é 15%. Ou seja, qualquer novo título de um ano será agora emitido pagando juro de 15% ao ano.

Queda no preço dos títulos
Porém, o que acontece com os títulos que já foram emitidos e que estão agora sendo negociados no mercado secundário? Se você pudesse optar entre um título de 365 dias que paga 15% ou um de 355 dias que paga 12%, qual escolheria? A resposta é simples: você e todo o resto do mercado escolheriam o que paga mais.

Porém, esta não é uma situação sustentável, já que títulos de prazo tão próximo não podem ser negociados em um mercado eficiente com taxas tão diferentes. Portanto, a taxa do primeiro título, aquele emitido com cupom de 12%, tem que mudar, refletindo a nova percepção de risco do mercado.

E a variável que muda é o preço, já que os outros componentes (preço de compra e cupom), já foram definidos. Em vez de valer 100% do valor de face, o título agora tem que valer menos. A conta é simples: para que este papel também renda 15%, o preço tem que cair, de forma que um novo investidor possa obter os 12% de juros mais cerca de 3% em ganho de capital para que a rentabilidade atinja 15% ao ano.

Assim, o preço do título tem que cair para cerca de 97% do valor de face, para que o novo investidor obtenha um ganho de capital de 3% (100% do valor no vencimento menos os 97% do valor de face na compra). Portanto, quem estava de posse do título e decide vender, somente encontrará compradores neste preço.

Princípio básico da renda fixa
A relação inversa entre a taxa de juro e o preço de um título é um dos princípios básicos da renda fixa. Ela serve para explicar por que, ao contrário do que muita gente pensa, é possível perder dinheiro em renda fixa, mesmo em casos em que o emissor do título honra suas obrigações no vencimento.

Vale sempre lembrar que a relação funciona também quando as taxas de juros estão em queda, de forma que, neste cenário, o investidor pode ganhar mais do que esperava inicialmente. Taxas em queda implicam em preços mais altos, o que permite que o investidor obtenha, além da remuneração com juros, um ganho de capital.



 
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