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Investimentos / Fundos - Dinheiro a dois rende mais 

Data: 30/05/2007

 
 

Casamento, como todos sabem, é a união de duas pessoas que decidiram dividir tudo, na alegria ou na tristeza. Isso significa que as finanças também fazem parte desse pacote. Porém, como cada um tem a sua maneira de lidar com dinheiro, não é difícil encontrar casais que não combinam nem um pouco nesse quesito. O resultado são brigas, discussões e até mesmo separações motivadas pela falta de planejamento financeiro – depois da infidelidade, desentendimentos em relação ao dinheiro são a maior causa de separações. Sem dinheiro sobrando, fica difícil realizar sonhos, planejar o futuro, realizar aquela viagem tão desejada e até mesmo jantar fora no final de semana.

Ao casar, muita gente acredita que o parceiro vai ser um grande aliado na hora de pagar as contas. Em alguns casos, isso funciona perfeitamente; em outros, pode se revelar um grande engano. Isso acontece porque, atualmente, a mulher também é dona de seu próprio salário, não dependendo mais do dinheiro do marido. Ambos desejam ser independentes e administrar o que ganham como bem entender. Porém, se o papel de cada um nas finanças da família não estiver claramente estabelecido, será difícil entrar em um consenso sobre o que deve ser feito com o orçamento da família.

O maior obstáculo no planejamento das finanças de um casal, de fato, é a ausência do assunto “dinheiro” entre marido e mulher. O tabu de não poder falar desse assunto ainda é muito forte em nossa cultura. Além disso, há a crença, completamente equivocada, de que as finanças do casal devem ser separadas, com total independência de contas e planos. Essa crença resulta em lares divididos, pois os padrões de vida do casal evoluem em ritmos diferentes. Outro empecilho é a dificuldade em reconhecer que o companheiro pensa de forma diferente sobre dinheiro. Ao invés de buscar o meio-termo, tendemos a querer fazer com o que o outro pense, aja e planeje como nós.

Para reduzir os conflitos decorrentes do mau uso do dinheiro, o planejamento deveria ser feito sempre a dois. Isso não quer dizer que ambos devem ser planejadores, capazes de manipular planilhas e de discutir investimentos. Mas as decisões devem ser compartilhadas, as contas preferencialmente conjuntas e os investimentos também. Com contas separadas, pagamos o dobro de tarifas e perdemos em força de investimentos e de relacionamento. Independência sim, mas apenas naquela parte do orçamento correspondente aos gastos individuais.

Minha proposta aos casais é que cada um tenha a sua mesada para suprir suas necessidades individuais, preferencialmente igual à do companheiro, independentemente de quem ganha mais. A renda total deve ser destinada aos gastos da família e também a investimentos para se conquistar objetivos comuns, como a compra da casa, a aposentadoria, a faculdade dos filhos ou as férias anuais.

Quanto mais cedo o casal começar a pensar na aposentadoria, melhor. Guardar um percentual fixo todos os meses, durante um prazo programado, em investimentos selecionados para criar resultados no longo prazo, pode ser uma boa idéia. Investimentos conservadores são uma escolha prudente, mas não vão trazer resultados tão interessantes quanto os que seriam obtidos se o casal dedicasse tempo para buscar conhecimento sobre alternativas mais complexas. Já quem tem certeza de que não terá disciplina para isso deve optar por pacotes prontos, como um plano de previdência, por exemplo.

Cuidar das finanças exige muita paciência e dedicação, mas muita gente acaba desistindo no meio do caminho. Para evitar recaídas, o melhor caminho é o casal se unir em busca de sonhos definidos, ao invés de batalhar para construir simplesmente a chamada “reserva de emergência”. Para muitas pessoas, ainda é difícil canalizar esforços para projetos de longo prazo. Se você tiver de cortar alguns gastos de hoje para conquistar sua casa, uma renda digna na aposentadoria ou para viajar para o exterior a cada três anos, a motivação da conquista ajudará a suplantar a dificuldade do esforço diário. Todo sacrifício é suportável quando tem prazo para acabar e o objetivo é uma grande conquista pessoal.



 
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