Dirigir um automóvel é como ter um aparelho de telefone
celular, ou seja, uma necessidade de qualquer habitante das metrópoles
brasileiras. Horas esperando pela chegada de um ônibus, trens apertados e falta
de conforto são as principais reclamações daqueles que dependem do transporte
coletivo. Quem tem condições, desta forma, acaba optando por gastar mais e
comprar um automóvel, sem contar com as despesas com sua manutenção.
Porém, o gasto que costuma comprometer boa parte do orçamento dos motoristas é,
sem dúvida, o combustível, que em alguns casos consome mais de 25% de suas
receitas. Diante do preço da gasolina, do álcool, do diesel e do GNV, o
motorista precisa ficar atento para tentar economizar combustível, se não quiser
deixar o carro na garagem.
Escolhendo o posto de gasolina
Um grande erro cometido por motoristas descuidados é abastecer o carro em
qualquer posto, olhando apenas para o preço da gasolina. "Se estiver barata,
ótimo, é aqui mesmo que vou abastecer." Como diz aquele velho chavão, o barato
pode sair caro.
Todo mundo já está cansado de ouvir que alguns donos de postos de gasolina
adicionam componentes estranhos na hora de vender o combustível. E isso é
prejudicial para o seu carro e para o seu bolso. Em primeiro lugar, acaba
estragando o motor do veículo, que sai de fábrica programado para utilizar
determinado combustível, e não solventes químicos suspeitos.
O outro prejuízo está relacionado ao rendimento da substância, que certamente
não dá a mesma combustão que a gasolina. Você paga menos pelo litro e acaba
tendo que abastecer antes do previsto. Em algumas situações, você pisa no
acelerador e o carro simplesmente não anda. Para evitar essas dores de cabeça,
procure um posto que cobre o preço de mercado pelo combustível e faça um teste.
Se a performance do automóvel não for comprometida, vire "freguês" do
estabelecimento, e aproveite para recomendar aos amigos.
A gasolina ideal para o seu carro
Os três principais tipos de gasolina no mercado são a comum, a aditivada e a
premium. A gasolina comum, como o próprio nome diz, é o combustível mais simples
que existe, indicado para qualquer carro e sem nenhum aditivo que faça diferença
no motor.
Já a gasolina aditivada é aquela que recebe produtos químicos, que têm a função
de retirar algumas impurezas. São detergentes que limpam o motor internamente,
mas são apenas indicados para carros novos, com pouca quilometragem ou que
sempre foram abastecidos com ela. Não adianta, portanto, abastecer um carro
rodado com esse tipo de gasolina. Às vezes o sistema de alimentação já está bem
sujo e as impurezas que se soltam acabam danificando o carro.
O terceiro tipo, a gasolina premium, é recomendada apenas para "carrões", que
utilizam alta tecnologia e atingem altas velocidades, ou aos importados que não
foram adaptados à realidade brasileira, isto é, "tropicalizados". Esses
automóveis pedem um combustível mais potente, com uma combustão mais completa.
As substâncias aumentam a octanagem da gasolina e melhoram o desempenho do
combustível.
Escolher o combustível adequado para seu automóvel garantirá uma boa economia no
final do mês. Quem mistura todos os tipos de gasolina está, literalmente,
desperdiçando dinheiro.
Álcool ou gasolina: o dilema dos biscombustíveis
Diante do benefício da escolha, na hora de abastecer o carro, surge a dúvida:
álcool ou gasolina?
Em março de 2003, quando os primeiros bicombustíveis foram lançados no mercado,
a resposta parecia óbvia: álcool. Além de mais barato, o motor do carro tinha
uma performance melhor com esse combustível.
Hoje em dia, no entanto, cabe ao consumidor fazer as contas: o álcool só é mais
vantajoso se o preço por litro for igual ou menor que 70% do valor do litro da
gasolina.
Na calculadora é fácil! Ao chegar no posto de gasolina, compare o preço do
álcool e da gasolina e divida o valor do primeiro pelo segundo. Se o resultado
for igual ou menor que 0,7, a opção é álcool na certa. Caso contrário, fique com
a gasolina.
Manutenção é fundamental
Outra providência a ser tomada é manter o automóvel em ordem, pois o carro acaba
gastando mais quando o filtro de ar e de combustível, ou as velas de ignição,
estão em mau estado. Na dúvida, opte pela troca dos filtros de ar e não pela
limpeza, já que filtros bem mantidos ajudam a aumentar a vida útil do motor.
Outra providência que ajuda a economizar é manter os pneus calibrados e as rodas
alinhadas, enquanto nos carros mais antigos vale a pena fazer uma limpeza no
sistema de injeção eletrônica. Desta forma, não deixe de passar no posto todas
as semanas e calibre os pneus, já que a qualidade do pavimento das cidades
grandes é tão ruim que você deve ficar atento à essa manutenção. Faça rodízio
das rodas a cada 10 mil km e não se esqueça de fazer alinhamento e balanceamento
das rodas periodicamente.
Por último, aproveite e faça uma visita a um mecânico de confiança a cada seis
meses e, quando o carro chegar aos 50 mil km, pense na troca, pois a partir
desta quilometragem os custos de manutenção tendem a aumentar.
Mudança de hábitos
Porém, não adianta manter o carro em ordem se, na hora de dirigir, você também
não tomar alguns cuidados, para evitar hábitos errados. Portanto, evite acelerar
o carro no sinal vermelho, e para quem se anima com arrancadas violentas no
sinal, vale lembrar que isto implica em gastos desnecessários, de forma que vale
a pena rever seus hábitos.
O ideal, segundo especialistas no assunto, é dirigir com moderação, usando
disciplina na hora de acelerar, e trocando marchas quando o motor estiver perto
da rotação de torque máximo, como, aliás, está escrito na maioria dos manuais do
proprietário.
Se você seguir as dicas acima e manter seu carro em ordem, então não existe
razão para flutuações nos gastos com combustíveis