Passar de uma posição operacional para um cargo estratégico é o objetivo de
muitos profissionais. No entanto, uma posição que exige mais responsabilidades,
comportamento mais sério e mais competências, pode gerar muita insegurança.
Apesar dos salários, usualmente melhores, e do maior reconhecimento, se tornar
gerente ou mesmo um diretor não é uma decisão tão simples.
Se por um lado muitos profissionais querem crescer e acreditam que subir de
cargo é o único caminho para conquistar o desenvolvimento, outros preferem se
manter na mesma posição, pois os medos são grandes limitadores. As questões que
geram insegurança são diversas, e os coachs Lilia Barbosa e Bernardo Entschev
nos ajudaram a listar as principais delas. Veja:
1.Medo das responsabilidade - o primeiro impacto ao se tornar um
gerente acontecerá no campo das responsabilidades. O profissional passará a ser
cobrado de forma muito mais intensa do que quando ocupava um cargo operacional.
Este, portanto, é o primeiro motivo pelo qual nem todos querem subir de posição:
o medo das responsabilidades.
2.Falta de motivação - de acordo com a Master Coach e Sócia diretora
da Cozex, Lilia Barbosa, tem profissionais que simplesmente não aspiram cargos
estratégicos, ou seja, esse tipo de conquista não é considerada importante na
sua vida. Perceba que não querer subir de posição não quer necessariamente dizer
que ele não tem vontade de crescer. Há muitas pessoas que se desenvolvem naquilo
que faz, mas sem definir com meta um cargo de gerência, por exemplo.
3.Percepção de capacidade - um dos maiores motivos que levam os
profissionais a terem medo de subir de posição é “quando ele não acredita na sua
capacidade”, observa Lilia. Nesse momento surgem dúvidas se conseguirão alcançar
as metas, entregar resultados, enfim, ser capazes de desempenhar bem a nova
função. No entanto, nem sempre os profissionais têm razão, ou seja, sua
capacidade é, sim, alta, mas, por falta de autoconhecimento, se sentem
incapazes.
4.Frustrar expectativa - na mesma linha do item anterior, o medo de
frustrar as expectativas, tanto da empresa, quando as pessoais, é uma barreira
para que os profissionais subam de posição.
5.Falta de preparo – as exigências nas posições estratégicas são muito
maiores do que a dos níveis operacionais. Quando o profissional sente que não
desenvolveu suas habilidades e competências de forma suficiente para a posição,
automaticamente se sentirá inseguro.
6.Maior nível de sofisticação - subir de posição também requer do
profissional uma nova conduta social. Será preciso observar com muito mais
atenção aspectos relacionados ao comportamento, a forma de se vestir e a forma
de falar com os demais. Quando o assunto são as roupas, será preciso se vestir
de uma forma mais ‘alinhada’. Em relação ao comportamento, certas
brincadeirinhas, conversas e atitudes não serão mais adequadas.
Além disso, a forma como fala com os membros da equipe e com o diretor da
empresa não poderá ser a mesma, exigindo que o profissional se policie no
sentido de adaptar de forma adequada seu discurso. “Será preciso saber abordar
as pessoas de forma diferente para cada nível”, pontua o presidente da De Bernt,
Bernardo Entschev, e isso nem sempre agrada.
7.Insegurança ao se tornar referência - os líderes são os
profissionais referência dentro da equipe. Os demais colaboradores querem
modelos a serem seguidos, querem pessoas com quem possam se desenvolver e que
possam admirar. Quem está prestes a subir de posição pode se sentir inseguro
nesta questão, ou seja, se conseguirá ser referência para aquelas pessoas. “O
líder de sucesso hoje é a pessoa que inspira as pessoas abaixo dele. Essas
pessoas seguem seus planos”, observa Bernardo.
8.Resistência aos desafios - com novas responsabilidades, os gerentes
também vão ter necessariamente que enfrentar novos e freqüentes desafios. O
problema é que grande parte das pessoas resiste a sair da zona de conforto,
então, entre se manter em uma função estável ou passar para um cargo que
invariavelmente novos e frequentes desafios serão colocados, elas preferem a
primeira opção.
9.Medo de demissão - “Ao assumir um cargo de gerência, caso não haja o
atendimento das expectativas, a pessoa não poderá ser despromovida, não se baixa
salário, ela será demitida”, avalia Lilia.
10. Maior impacto das suas decisões - quando se está em uma posição
operacional, qualquer decisão errada pode ser facilmente corrigida, na maioria
dos casos. Ao se tornar um gerente ou um diretor, um deslize pode impactar uma
cadeia inteira de produção, pode gerar prejuízos enormes para a organização e
nem todo mundo consegue lidar com esse tipo de pressão.