Reconhecido por melhorar o desempenho dos colaboradores e por facilitar uma
distribuição mais adequada dos serviços, o timesheetcostuma ser frequentemente
utilizado por profissionais liberais que cobram por hora os serviços prestados.
O fato é que este método, entretanto, também costuma trazer bons resultados
quando implantado de forma similar em uma empresa. Neste caso, a diferença é que
aqui, ele seria utilizado como uma espécie de controle interno de serviços e
atividades, o que exige atenção.
Antes de implantar o sistema em uma empresa, os interessados precisam se
certificar de que os membros de uma equipe estarão de acordo com o novo controle
em questão. Dessa forma, será possível garantir que ninguém se sentirá
intimidado.
“Um controle interno não pode ser encarado como uma forma de pressão por
resultados, pois isso, além de desmotivar a equipe, pode implicar em uma ação
por assédio moral”, explica o advogado trabalhista Fábio Christófaro.
Nada de abusos
Ainda de acordo com o advogado trabalhista do Gaiofato Advogados Associados,
a implantação de um controle de serviços costuma ocorrer quando alguns gestores
precisam enxugar custos ou supervisionar os subordinados.
A dica, neste caso, é lembrar que não é por conta desta necessidade que tal
implantação possa servir de justificativa para viabilizar certos abusos de
autoridade, especialmente àqueles que possam ferir a integridade do trabalhador.
“As empresas não podem exacerbar seu poder e exigir coisas absurdas de um
funcionário”, diz Christófaro. Exemplos disso são os controles adotados para
registrar o momento em que o profissional se ausenta de sua mesa por qualquer
razão e até mesmo para utilizar o banheiro.
“Até o controle sobre as chaves do banheiro não é adequado, especialmente se
exigir a assinatura do funcionário para entregar o objeto”, avalia Christófaro.
Confiabilidade
Quem desaprova o uso de tal método para controlar as horas trabalhadas é o
especialista em produtividade e gestão do tempo, Christian Barbosa. Para ele, o
sistema de controle de horas pode até funcionar com advogados, mas em empresas
seu uso não é tão eficaz. “O desempenho de um trabalho não pode ser medido
unicamente pelas horas trabalhadas. Além disso, a confiabilidade de um relatório
também não é 100% segura”, diz o advogado.
Na opinião dele, por exemplo, os relatórios podem ser alterados pelo
profissional que atualiza os dados e, por isso, estão sujeitos a imprecisões de
todos os tipos. “Não é possível controlar as informações mencionadas e, por
isso, é importante confiar nas informações descritas pelo profissional. Se o
relatório estiver muito diferente dos demais, algo não está correto”, explica..
Quando é recomendado
Ressalvas à parte, os relatórios costumam ser muito bons quando bem
aplicados. “Já trabalhei em uma multinacional em que, na época, a
responsabilidade de supervisionar os colaboradores era minha. O timesheet era
então útil, pois permitia que eu contabilizasse o tempo gasto com determinados
clientes e pensasse em soluções para equilibrar as horas destinadas ao
atendimento de cada um”, diz Christófaro.
Para o advogado trabalhista do escritório Salusse Marangoni Advogados, Marcel
Cordeiro, essa forma de controle é especialmente adequada em auditorias e na
área jurídica. “Sua utilização permite, na verdade, maior transparência à
empresa que contrata por hora trabalhada. Trata-se de uma modalidade de controle
absolutamente legal”, explica.