Ao participar de um processo seletivo, não raro, os candidatos se deparam com
testes psicológicos ou questionários de pesquisa comportamental e se perguntam:
por que eu tenho que fazer isso? Será que pode influenciar na minha contratação?
De acordo com o consultor em gestão de pessoas, Eduardo Ferraz, a pesquisa
comportamental, feita por meio de questionários, é determinante para a
contratação ou não de um candidato. Isso porque, diz ele, ela corresponde a 50%
da avaliação do selecionador.
“A pesquisa comportamental tem como objetivo saber se os traços estruturais
da personalidade do indivíduo em questão corresponde aos traços estruturais
exigidos para o cargo pleiteado (…) Na avaliação, 50% é o perfil e 50% o
currículo e as habilidades técnicas”, explica ele.
Testes
Já os testes psicológicos, segundo explica a consultora em RH (Recursos
Humanos) do Grupo Soma Desenvolvimento Corporativo, Rosa Brandão, procuram
avaliar a personalidade, a inteligência e o raciocínio lógico do candidato.
Estes testes variam conforme a ocupação do cargo pretendido, sendo que o
candidato deve sempre se portar conforme a descrição do teste feita pelo
selecionador.
Os mais comuns
Tanto Ferraz como Rosa dizem que existem diversos testes e questionários de
pesquisa comportamental disponíveis. Abaixo, estão três dos mais comuns, sendo
os dois primeiros testes psicológicos e o último uma pesquisa comportamental.
Paleográfico: tem como objetivo buscar traços da personalidade. Neste teste,
após uma introdução feita pelo psicólogo, a pessoa precisa fazer o palo, a
grosso modo conhecidos como pauzinhos, de acordo com a orientação dada pelo
selecionador.
Segundo, Rosa, o teste é baseado na teoria de que todo movimento é precedido de
um pensamento, sendo o pensamento expresso por meio dos palos, podendo assim
avaliar traços da personalidade do candidato.
- G36: busca testar a inteligência não verbal do candidato. O teste é
realizado em 30 minutos, nos quais o candidato vai utilizar o raciocínio
indutivo e dedutivo para resolver exercícios com ordem crescente de
dificuldade.
- DISC: trata-se de um questionário cuja finalidade é averiguar se a
personalidade da pessoa é condizente à personalidade exigida pelo cargo.
Aqui, conforme explica o consultor Eduardo Ferraz, são analisados quatro
fatores estruturais da personalidade, com gradação de zero a 100, sendo que
a pesquisa, normalmente, é utilizada para a seleção de cargos de nível médio
em diante. Os quatro fatores analisados são: dominância, influência,
estabilidade e conformidade, que tem a ver com o fato da pessoa ser
detalhista ou não.
No que diz respeito às tentativas de manipulação, Ferraz dá o seguinte
conselho: “A pessoa não sabe o que a empresa está procurando, portanto, ela não
deve marcar aquilo que gostaria de ser e sim o que ela realmente é”.