Colocar a felicidade como meta no campo profissional é bem comum, mas difícil
na avaliação de muitos profissionais que têm sempre críticas a fazer do chefe,
do ambiente, de alguns colegas e da correria. Ao contrário do que muitos pensam,
contudo, ser plenamente satisfeito com a profissão é possível.
“É uma meta alcançável”, afirma o headhunter da De Bernt Entschev Human
Capital, Weider Silva. “Essa felicidade está lincada com o indivíduo”, ressalta.
Para Silva, o campo profissional não está isolado e recebe interferências de
outras áreas da vida, como a familiar, a financeira e a afetiva, por exemplo.
“Se um lado está desequilibrado, ele afetará o outro”.
A felicidade no trabalho só se estabelecerá, na avaliação do especialista,
quando o conjunto de elementos que forma a nossa vida estiver bem. Mas não
precisa estar perfeito. “A questão não é ter nenhum problema, mas saber
equilibrar todos os que temos”, considera a consultora de Planejamento de
Carreira da Ricardo Xavier Recursos Humanos, Karla Mara Alves de Oliveira.
Para a especialista, o profissional só alcançará a felicidade no trabalho
quando ele souber priorizar a qualidade de vida. “Ele tem de tentar relacionar o
bem estar dele com o da empresa”, afirma.
Ser feliz
Se você está insatisfeito com o trabalho que tem ou, apesar de gostar do que
faz e da empresa onde atua, não se sente plenamente feliz, talvez o problema não
esteja mesmo no trabalho. “Às vezes, o profissional acha que está infeliz no
trabalho, mas na verdade ele não está bem em outra esfera da vida”, afirma
Silva. “Tudo gera impacto”, reforça.
Pensar no que incomoda hoje no trabalho pode ajudar o profissional a resolver
alguns nós que impedem que ele se sinta feliz com o que faz ou onde trabalha. Ao
identificar os gargalos, ele limpa seu campo de visão e começa a perceber se os
problemas estavam relacionados ao seu campo de atuação.
“No trabalho, teremos problemas, enfrentaremos riscos, erraremos e
trabalharemos sobre pressão. Mas isso faz parte”, considera Karla. Com isso,
considerar esses fatores como motivos para uma possível infelicidade não conta,
pois em qualquer lugar onde o profissional esteja ou em qualquer profissão que
atue, ele vai encontrar problemas dessas naturezas.
Para se alcançar a felicidade plena no campo profissional, o ideal é aliar
todos esses fatores e encará-los do modo mais natural possível. E cada
profissional saberá qual a melhor forma de lidar com essas pequenas pedras
diárias. Por isso, a felicidade é algo tão particular. “A felicidade está
atrelada ao que o profissional quer”, considera Silva.
Os fatores da felicidade
Atingir a felicidade profissional é particular. Mas existem fatores que dão
um empurrãozinho para a felicidade aparecer para qualquer um. Fazer o que gosta
é o primeiro passo para conseguir alcançar a satisfação na carreira. “Se ele faz
o que gosta e não apenas o que tem de fazer, se a remuneração é adequada e se o
grupo de convivência é positivo, ele pode ser feliz no trabalho”, afirma Silva.
Além desses, Karla cita como fatores que contribuem para a felicidade na
carreira o fato de o profissional ter desafios constantes, se sentir útil,
respeitado e reconhecido por colegas e líderes. Contudo, para a especialista,
ter relacionamentos respeitosos no ambiente de trabalho, ter perspectivas e
segurança são os itens que mais contribuem para a satisfação profissional.
Esses fatores, porém, não são estanques, uma vez que a carreira do
profissional, assim como o mercado de trabalho, está em constante mudança. “A
felicidade é uma busca contínua”, avalia Karla. “O profissional precisa entender
que a felicidade não existe no trabalho em si, mas nele mesmo, no equilíbrio de
todos os campos de sua vida”, completa Silva.