Imóveis - Como vender bem seu imóvel?
O mercado imobiliário brasileiro está aquecido. Com a disponibilidade de
crédito e o aumento da renda da população, fenômenos identificados já há alguns
anos, muitas pessoas têm comprado uma casa nova. Com isso, vendem seus imóveis
usados. Mas como fazer isso da melhor forma possível?
De acordo com o sócio diretor da Imóvel A – Consultores Associados, Alexandre
Villas, em primeiro lugar, a pessoa tem de procurar uma imobiliária especialista
em seu tipo de imóvel, para avaliar qual o preço que é oferecido pela unidade.
“Procure duas ou três avaliações”, orientou.
Escolha
Mas, na hora de entregar a um corretor a venda do imóvel, tome cuidado:
analise aquele que avaliou com mais responsabilidade a unidade, não o que
avaliou por um valor maior. “Peça para a imobiliária um laudo em que explica o
critério de avaliação”, ressaltou.
Villas contou que, nos Estados Unidos, apenas um corretor é escolhido para o
imóvel e que ele tem todas as informações da operação, por isso, é o responsável
jurídico pela transação. “No Brasil, não há a obrigatoriedade de se ter o
corretor, o que é uma pena, porque isso aumenta a segurança entre as partes”,
destacou.
Além disso, ele indica que a pessoa interessada em vender o imóvel olhe o que
tem à venda em seu bairro.
Exclusividade
Em relação à exclusividade da imobiliária, o diretor de Comercialização e
Marketing do Secovi-SP (Sindicato da Habitação), Luiz Fernando Gambi, afirmou
que, ao fazer isso, o proprietário pode exigir serviços de melhor qualidade, com
contrapartidas como anúncios.
Ele disse que escolher uma imobiliária de uma rede pode ser melhor. São empresas
independentes, muitas vezes concorrentes, mas que trocam informações, o que
acaba fazendo com que a venda seja melhor e mais rápida.
Quando achar uma boa imobiliária e um bom corretor, o que Gambi orienta é que o
proprietário faça uma venda profissional, prestando atenção ao contrato. Villas
concorda: “A imobiliária tem um departamento jurídico próprio. Nós verificamos
matrícula, escritura, certidão de Prefeitura para saber dos débitos. Mas eu
indico que o proprietário procure seu advogado para analisar o contrato”.
Se for fazer a transação sozinho, a atenção deve ser redobrada: “O risco é
grande de fazer um contrato de 'papelaria' e se dar mal. Se for fazer sozinho,
procure um bom advogado imobiliário”.
O preço do imóvel
Existem diversos locais para analisar o valor do imóvel, mas, de acordo com
Gambi, o proprietário pode não chegar a uma conclusão muito clara.
“O valor do imóvel depende tanto de quem quer vender quanto de quem quer
comprar. Por alguém estar com mais ou menos interesse, pode-se vender mais caro
ou mais barato. A pessoa tem de colocar valores máximos e mínimos”, orientou,
dizendo ainda que o preço vai depender do tempo que a pessoa tem para
comercializar a unidade.
Para se orientar sobre o valor, uma ferramenta bastante usada é a internet, por
onde é possível entrar em diversos sites especializados, ter acesso a anúncios
de jornais e, desta forma, segmentar os imóveis por localização, número de
quartos etc.
Sobre o tempo para se vender um imóvel, Gambi disse que ele dura em média 90
dias, para uma unidade em boas condições e de fácil comercialização – dois
quartos e duas vagas na garagem, por exemplo. No entanto, ele já viu casos que
demoraram até um ano.
Incorporação
Algumas construtoras se oferecem para comprar um imóvel, com a finalidade de
construir um prédio, por exemplo. Mas será que este é um bom negócio?
De acordo com Gambi, quando o terreno é passível de ser incorporado, é normal
ele ter um preço melhor. “Eles são assediados. É comum que consigam uma
vantagem. Se o terreno for excelente, o proprietário até consegue da construtora
um apartamento da mesma área em troca”.
Quando a construtora oferece um valor por uma casa, normalmente os vizinhos
também são assediados e, se a pessoa esperar para vender, pode acabar se dando
mal. “No caso da construtora, é um jogo delicado. Às vezes, ela fecha o projeto
e o proprietário fica com o mico. Se for ganancioso, perde o negócio. Aja com
prudência e racionalidade”.
Tudo a perder
Além da ganância, um outro aspecto que pode prejudicar os negócios são
várias casas na mesma vizinhança sendo vendidas. “Às vezes, a gente passa por
uma região e vê várias casas à venda. Isso acontece porque ela está cara para
manter, o IPTU [Imposto Predial Territorial Urbano] pode estar alto. As pessoas
abrem mão e o preço cai”, contou Gambi.
Por último, ele indica que as pessoas tomem cuidado se ainda estiverem em casa,
quando ela estiver à venda: “Tome cuidado para casa não estar bagunçada. A
pessoa tem de entrar e sentir bem-estar”, destacou o diretor do Secovi.
Ele contou que algumas pessoas alugam depósitos para deixar os imóveis durante o
período da venda. Desta forma, o candidato a comprador tem uma noção melhor de
espaço e iluminação do ambiente.
Referência:
InfoMoney
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Autor:
Flávia Furlan Nunes
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