Dê uma boa olhada em torno da mesa ou local onde está atualmente lendo este
artigo. Repare nos objetos, produtos, bens e tudo mais que está ao alcance das
mãos. Agora pense também no que está quase que onipresente em seu dia-a-dia. A
casa onde mora, o carro que dirige ou os gastos cotidianos com lanches fora de
hora e pequenos mimos. Quanto custou tudo isso? Quanto vale tudo isso para você
e sua família?
Tudo tem uma relação custo/benefício particular, difícil de avaliar e
impossível de julgar. Verdade, mas antes do apego emocional subjetivo ligado à
compra, uma decisão econômica teve de ser tomada e aspectos financeiros
importantes certamente estiveram em jogo. Experimente avaliar novamente os
objetos e tente se lembrar da oportunidade em que os comprou e como e por que
tais compras ocorreram. Exercício interessante, não?
Negociação! A vida nunca esteve
tão ligada ao conceito de negociação. Leve em conta algumas questões e frases
comuns ouvidas por ai:
- "Compro isso agora ou procuro marcas alternativas?";
- "Se você levar este chocolate, hoje não vamos comprar sorvete";
- "O pagamento à vista tem 10% de desconto, mas posso parcelar em até
12 vezes. O que é melhor?";
- "Vou fazer uma contra-proposta interessante e tentar pagar um preço
mais realista para meu orçamento".
O festival de banalidades e situações corriqueiras poderia ser muito mais
extenso, mas você já entendeu onde quero chegar. Você vai passar por situações
deste tipo durante toda a sua vida. Seu conhecimento a respeito das alternativas
de pagamento, o interesse pelas finanças e o bom senso é que farão toda a
diferença. O dinheiro, pasme, é o detalhe.
Se nossas ações geram conseqüências, experimente focar nas perguntas ao invés
de apenas se aborrecer com algumas de suas atitudes. Ao respondê-las, liste
algumas ações capazes de fazê-lo alguém financeiramente mais inteligente e menos
suscetível aos ditames consumistas. Você sabe o que precisa fazer, acredite, mas
ainda não teve coragem de assumir essa responsabilidade.
- Você se considera um bom negociador?
- Geralmente paga o preço anunciado ou sempre luta por descontos,
especialmente para o pagamento à vista?
- Costuma pagar mais à vista ou parcelado? Por que?
- Pesquisa preços e paga de acordo com as melhores condições para o seu
bolso, seu orçamento financeiro familiar?
- Costumar acreditar e se deixar enganar pelos pagamentos "sem juros" e
parcelas à perder de vista?
- Procura o combustível mais barato, faz questão de comprar quando
aparecem promoções, mas paga por isso usando cheque especial ou dinheiro
emprestado?
Recorra novamente ao ambiente à sua volta. Encare fixamente um objeto mais
caro, de maior valor pessoal, e experimente analisá-lo de acordo com as simples
perguntas oferecidas acima. Você pagou o preço justo? Precisava mesmo daquilo? O
parcelamento em excesso prejudicou seu fluxo de caixa? Quantas dúvidas, não é
mesmo? Não pretendo respondê-las; quero mesmo é provocá-lo.
Educação financeira não é somente ser bom em matemática e sustentar vasto
conhecimento de finanças em geral. São muitos os economistas, matemáticos e
administradores em apuros financeiros. Prefira atitude simples, comece de forma
ordenada e através de muito diálogo. Gaste menos do que ganha, mantenha um
controle das receitas e despesas, sonhe e defina objetivos. Viva sem hipocrisia.
Afinal, lidar bem com o dinheiro é assumir que ele está mais presente em
nossas vidas do que queremos admitir. É decidir de acordo com o bom senso,
respeitando as diferenças e objetivos de cada integrante da família. É ver na
capacidade de controle um aspecto libertador. É, acima de tudo, reconhecer que
se o dinheiro está ai e faz parte da vida, melhor viver em harmonia com ele.
Educação financeira é só (tudo?) isso.