Férias não costumam ser uma boa época para economizar. Se a ideia é viajar com a
família e aproveitar as folgas do meio do ano, saiba que planejar o orçamento é
melhor do que ficar regulando o bolso. A principal armadilha, na opinião dos
especialistas em finanças pessoais, são os pequenos gastos do passeio.Para o
instrutor de finanças pessoais do MoneyFit Antonio de Julio, pior do que querer
não gastar é passar vontade.
- Quando vai para a praia, por exemplo, a pessoa só quer descansar, não vai
ficar fazendo comida. Então come fora. Aí a família se empolga e compra
lembrancinhas e outras coisas que, somadas, estouram o bolso.
Para isso o planejamento é ideal. E ele começa muito antes da chegada das
férias. Silvio Paulo Hilgert, diretor da XP Educação, especializada em educação
financeira, diz que guardar dinheiro é o ponto chave.
- O primeiro passo é se planejar para poupar, porque a realização dos seus
sonhos certamente depende da sua capacidade financeira. É preciso ter reservas
para isso.
Saiba quanto vai gastar
Faça um orçamento dos gastos com a viagem e acrescente a isso os passeios, o
sorvete, o lanche fora, uma roupa ou a lembrancinha. É importante estabelecer um
limite para esses gastos e, mais do que isso, saber se o destino escolhido é
compatível com a sua renda – ou com o que você pode gastar.
De Julio diz que a reserva, normalmente, pode ser confortável se estiver
perto de 20% do valor total da viagem.
- Se o pacote custa R$ 1.000, adicione uns 20% para esses custos. Nunca viaje
com dinheiro contado, porque você pode se frustrar.
Passear na companhia dos filhos requer, além de maior controle com comida e
com os lanchinhos, uma boa conversa. Se sua verba para a viagem é pouca, não dá
para ficar comprando sorvete na praia, por exemplo.
- Alguns destinos aumentam muito os preços. Na praia, o sorveteiro risca os
preços baratos e cobra caro mesmo. As empresas, principalmente o pequeno
comércio, tiram o lucro do ano inteiro nessa época.
Pacote mais caro
Outra dica importante é ficar de olho nos pacotes fechados de empresas de
turismo. Cada um deve ser avaliado com cuidado, porque podem ficar mais caros do
que uma viagem avulsa. Isso porque entram na conta esses gastos pequenos.
Há empresas que cobram estadias em hotel com todas as refeições inclusas
(pacote all-inclusive), o que, apesar de ser mais caro na hora de fechar o
pacote, vai trazer um bom retorno porque evita custo com comida fora.
- Tem que olhar as surpresas do pacote. Sem contar que, em quase todos os
casos, você fica refém da operadora de turismo. Isto é, tem que fazer os
passeios com eles. E é aí que as empresas ganham dinheiro: com a porcentagem das
vendas dos passeios locais.
Mas a opinião unânime é a época para viajar. Os meses de janeiro, fevereiro,
julho, agosto e dezembro são considerados de alta temporada, com preços mais
caros na maioria dos lugares, principalmente aqueles cuja economia está baseada
no turismo.
Logo, a época ideal é a baixa temporada, quando os pacotes ficam entre 15% e
20% mais baratos.