Os líderes brasileiros gostam de desafios, se adaptam com naturalidade ao
meio – o que denota flexibilidade - e são empreendedores. Porém, eles têm suas
características negativas. Entre elas, está a dificuldade de delegar, que vem
acompanhada por diversas justificativas.
É claro que é preciso ter cuidado em relação a quem se está delegando e quais
as atividades que estão sendo passadas para a frente. Mas se tornar tão radical
a ponto de deixar a maioria das tarefa nas próprias mãos não é nada saudável nem
para os líderes nem para a equipe.
“Quando o líder delega, sobra mais tempo para cuidar de aspectos mais
importantes do seu trabalho. A delegação, de maneira criteriosa, aumenta o poder
de quem delega. Quanto mais o líder delega, mais ele penetra na essência de sua
função, que não é fazer, mas deixar que os outros façam”, disse a consultora
organizacional Sonia Jordão, que palestrou durante a 4ª edição do ConviRH –
Congresso Virtual de Recursos Humanos, realizado pelo RH.com.br.
Desculpas
Ela apontou alguns fatores que levam os executivos a dizerem “não” ao fato
de delegar. Confira abaixo:
- Pensar que o líder precisa controlar tudo o que acontece;
- Falta de confiança nos membros da equipe;
- Receio de parecer incapaz;
- Mania de perfeição, ou pensar que o outro não fará tão bem;
- Ter de admitir que o outro faça melhor;
- Temor de perder o prestígio;
- Temor de perder o posto que ocupa;
- Acreditar que fará a tarefa mais rápido e melhor;
- Preferir fazer sozinho.
A importância de delegar
De acordo com Sonia, essas desculpas devem ser deixadas de lado para que o
líder desfrute das vantagens de delegar.
Entre elas, estão o fato de mostrar que confia no membro da equipe,
incentivar o conhecimento dele, permitir que ele desenvolva outras habilidades,
torná-lo capaz de resolver outros tipos de problemas, dar a oportunidade para
ele aplicar soluções criativas, fazer com que ele desenvolva a autoconfiança e
habilidades gerenciais.
“Delegar permite que o líder se concentre em tarefas mais difíceis, que os
outros não podem fazer. Permite que ele se desenvolva para o futuro, que pense,
pesquise e discuta”, disse a consultora organizacional.
É preciso supervisionar
Não basta apenas passar uma tarefa ao liderado, é preciso supervisionar.
“Quem recebe o poder tem a oportunidade de concluir o trabalho de modo
satisfatório, mas quem delega é que fica com a responsabilidade do êxito ou do
fracasso”, ponderou Sonia.
Para ela, é importante que o líder acompanhe o desenvolvimento da tarefa, em
cada processo, e não só quando receber o resultado final. “À medida que vai
supervisionando, o líder não vai ter tanto medo de que o outro faça errado. Ele
vai treinar essa pessoa e cada vez menos vai precisar supervisionar”, ressaltou.