Quando questionamos as empresas sobre terceirização (também conhecido como
outsourcing), evidenciamos que já é uma prática inerente ao mundo corporativo
que, com certeza, visa à redução de custos e, em alguns casos, aumento da
qualidade dos serviços. Mas será verdade?As grandes e médias corporações têm
se utilizado – e muito – deste artifício, tais como as empresas de
telecomunicações, mineração, indústrias, instituições financeiras etc.
Acreditamos que a prática pode representar algumas vantagens, porém a
terceirização de serviços deve ser realizada com muita cautela, pois uma má
gestão do conceito pode implicar para as empresas um descontrole e
desconhecimento de sua mão-de-obra — exemplo maior são algumas reclamações no
Procon ou até mesmo nas agências reguladoras que provem de áreas terceirizadas
pela organização.
A atenção na contratação involuntária de pessoas inadequadas para as
atividades oferecidas podem causar riscos de imagem e de reputação, além de
perdas financeiras em ações trabalhistas movidas pelos empregados terceirizados.
E tem algo que poucos atentaram também, que é a segurança da informação.
Mas quem controla o terceiro? E as atividades exercidas, quem valida? Um
relatório semanal de posicionamento de atividades já ajuda. Em algumas empresas,
um terceiro contratado para um projeto de seis meses pode ficar cerca de quatro
anos trabalhando nesta companhia se o projeto não tiver um fim determinado. Dá
para imaginar o tamanho dos riscos envolvidos?
O processo de terceirização em uma organização deve levar em conta diversos
fatores de interesse, como a redução de custos, procura por profissionais
especializados para transferência de conhecimento (know how) e, principalmente,
o foco na sua atividade-fim. E antes de contratar um terceiro a empresa
necessita identificar qual atividade será exercida, pois para as atividades-fins
da empresa deve consultar as convenções coletivas, para saber se permitem ou não
a terceirização.
Muitas empresas tentaram atrelar a terceirização à redução de custos, mas
geralmente não é isto que acontece. Ela necessita estar em conformidade com os
objetivos estratégicos da organização, os quais revelarão em que pontos ela
poderá alcançar resultados satisfatórios, sem contar com as obrigações
trabalhistas e operacionais.
O que não se deve terceirizar? A princípio não se terceiriza a sua
atividade-fim. Sendo assim, uma organização que desconhece a si mesma, em um
processo de terceirização, corre sério risco de perder sua identidade e,
principalmente, o seu diferencial competitivo. Lembre-se, é o nome de sua
empresa que aparece na transação.